A União Europeia atualmente é o maior bloco econômico do mundo, com 27 países membros (considerando a saída do Reino Unido no início de 2020) e uma população estimada em mais de 500 milhões de habitantes que falam 24 línguas. Seu Produto Interno Bruto (medido em Paridade do Poder de Compra) segundo estimativas de 2018, chega a mais de 20 bilhões de dólares e se incluída no ranking mundial, encontra-se na 2ª posição.

O bloco possui o maior nível de integração política e econômica, com livre circulação de capitais, pessoas, serviços e mercadorias, além de possuir instituições como o Parlamento Europeu, eleito a cada 5 anos pelos cidadãos da União Europeia, e o Banco Central Europeu, responsável pela moeda única, o Euro.

Toda essa integração de países que historicamente conviveram em guerra não foi simples e de um dia para o outro, e sim, resultado de um longo processo que se iniciou no pós-Segunda Guerra Mundial.

O início da construção do bloco

Em 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, três países resolvem unir forças para superar o efeito devastador que o conflito iniciado em 1939 tinha causado. Surge assim uma união aduaneira (área de livre comércio com tarifa externa comum) chamada de Benelux, nome que surgiu da inicial dos países membros: België (Bélgica), Nederland (Holanda) e Luxembourg (Luxemburgo).

A criação do Benelux em 1944.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, inicia-se a Guerra Fria, dividindo a Europa em um bloco socialista ao leste e capitalista ao oeste, onde as fronteiras dos países satélites da União Soviética formavam a Cortina de Ferro, termo cunhado pelo Primeiro-ministro inglês Winston Churchill.

Em meio a esse cenário, o Benelux juntamente com a Itália, Alemanha Ocidental e França, unem-se política e economicamente formando a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.

Essa integração representou o fim da oposição entre Alemanha e França, ao propor o controle conjunto da produção de carvão e aço, matérias primas importantes para a indústria de armas, impedindo assim que um país declarasse guerra ao outro. Além disso, colocava um ponto final na disputa histórica pela região da Alsácia-Lorena (França), tomada pela Alemanha na Primeira Guerra Mundial.

A Comunidade Econômica Europeia

Em 1957, após a assinatura do Tratado de Roma, é criada a Comunidade Econômica Europeia (CEE), um importante passo para formação de um Mercado Comum, além da Comunidade Europeia de Energia Atômica (EURATOM).

Criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1952 e criação da Comunidade Econômica Europeia em 1957.

Na década de 1960, a economia dos 6 países que haviam se integrado estava em ascensão, graças ao fim das cobranças de tarifas aduaneiras que existiam entre eles. No ano de 1962 é criada a Política Agrícola Comum (PAC), visando a segurança alimentar através de um mercado único de produtos agrícolas.

Em 1973 mais 3 países aderem a CEE: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda. A integração política se faz mais forte em 1979 com a primeira eleição para o Parlamento Europeu pelos cidadãos do bloco. Na década seguinte, Grécia, Portugal e Espanha aderem ao bloco, sendo estes dois últimos países, as últimas ditaduras do continente, com a queda de Salazar e Franco respectivamente.

Adesão do Reino Unido, Dinamarca e Irlanda em 1973.

No ano de 1987, após a conturbada crise energética da década anterior, os países membros resolvem eliminar de vez todos os entraves que se opõe ao livre comércio, promovendo um programa de seis anos para a criação de um Mercado Único. Em 1989 ocorre a queda do Muro de Berlim e no ano seguinte, a Alemanha se reunifica.

Adesão da Grécia, Portugal e Espanha.

O surgimento da União Europeia

Com a Nova Ordem Mundial que se instaura após o fim do bloco socialista com a dissolução da União Soviética em 1991, a disputa econômica mundial se torna mais acirrada, levando a assinatura do Tratado de Maastricht em 1993, que originou a União Europeia. Neste mesmo ano, é concluído o Mercado Único, tornando livre a circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais. Em 1995, ocorre a adesão Áustria, a Finlândia e Suécia, e o Acordo Schengen de livre circulação de pessoas entra em vigor.

Assinatura do Tratado de Maastricht em 1993 dando origem a União Europeia.

Com o início do século XXI, o Euro torna-se a moeda oficial em 12 países. Ocorre uma expansão da União Europeia para o leste europeu, região de antiga influência do bloco socialista, aderindo novos Estados-membros: Chipre, Estónia, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, República Checa, República Eslovaca, Eslovénia, Hungria, Bulgária e Romênia.

Expansão da União Europeia para o leste europeu.

Após a crise financeira mundial de 2008, é assinado o Tratado de Lisboa no ano de 2009 para enfrentar a crise da dívida que quase colocou um fim a União Europeia. A crise econômica gerou profundas repercussões na Europa e que aliada a crise dos refugiados da Guerra da Síria (2011), eleva-se o número de eurocéticos (ideologia política baseada na descrença na União Europeia) no Parlamento europeu e na população do bloco.

Em 2013, a Croácia se torna o 28º membro do bloco. Com o crescimento do euroceticismo, ocorre no Reino Unido o referendo denominado de BREXIT (abreviação de Britain Exit – Saída Britânica em português), que coloca em votação a permanência do país no bloco. Em 31 de janeiro de 2020, é consolidada a saída do Reino Unido da União Europeia, sendo este o primeiro Estado-membro a deixar o bloco.

Os 27 países da União Europeia (após a saída do Reino Unido em 31 de janeiro de 2020).

Veja a evolução da União Europeia em vídeo

Evolução da União Europeia (em mapas)

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